Um incêndio destruiu ontem (13) uma ala inteira do Hospital Carlos Macieira, conhecido também como Hospital do Ipem, localizado na Avenida Jerônimo de Albuquerque, no Calhau, em São Luís.
Segundo o secretário adjunto da Saúde, José Márcio Leite, primeiro representante da Secretaria Estadual de Saúde (SES) a chegar ao local, o incêndio começou às 9h30, no arquivo da farmácia (1º andar), e se espalhou rapidamente pela ala, devido à alta combustão dos produtos químicos existentes na farmácia.
Foto: Francisco Silva
Homens dos Bombeiros utilizam guindaste para chegar ao foco do incêndio
Foto: Francisco Silva
Paciente é retirado às pressas do interior do hospital
Foto: Francisco Silva
Movimentação de funcionários e familiares dos pacientes foi intensa na parte externa do hospital
Em meio a muita fumaça, que logo tomou conta dos cinco andares do hospital, os mais de 400 pacientes internados no hospital – muitos deles idosos – foram retirados e levados à parte externa (com alguns deixados em colchões, embaixo de árvores), de onde foram transferidos para o Hospital Geral e outras unidades hospitalares de São Luís, como o Hospital Universitário Presidente Dutra, Socorrão 1, unidades de pronto atendimento (UPAs) e alguns hospitais da rede privada.
Com a insuficiência de macas, até cadeiras comuns, de escritório, foram usadas para transportar os pacientes.
Faltou água, e os bombeiros só conseguiram controlar o sinistro às 12h30, com a ajuda de voluntários e de caminhões com água de empresas particulares. O Carlos Macieira não conta com Brigada de Incêndio.
Foto:Francisco silva
Corpo de Bombeiros teve dificuldade para apagar o fogo, devido à falta de estrutura
Foto: Francisco silva
Estudantes da academia da PM e voluntários retiram paciente em maca improvisada com cadeiras
“Foi um Deus nos acuda, pois tivemos que remover no ‘braço’ e às pressas os pacientes internados. E para piorar o carro do Corpo de Bombeiros não veio abastecido com água suficiente e teve que retornar. Foi então que o fogo se alastrou ainda mais”, contou um funcionário.
Policiais militares, cadetes da PM, Defesa Civil, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Grupo Tático Aéreo (GTA) também participaram da retirada dos pacientes e de documentos e equipamentos do hospital.
A direção da casa de saúde informou que não houve registro de feridos graves por conta do incêndio, mas o Jornal Pequeno apurou que muitos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tiveram seu estado agravado, pois não puderam contar com a respiração mecânica durante o trajeto da retirada de emergência. Um deles, ao menos, sofreu parada cardíaca e teve de ser reanimado por enfermeiros.
O secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, que estava em Coroatá, chegou ao hospital Carlos Macieira às 11h30 e a partir de então acompanhou o trabalho dos bombeiros de perto, assim como a retirada e a transferência dos pacientes.
Até ontem, não se sabia oficialmente o que teria provocado o incêndio no arquivo da farmácia do hospital.
Pouco depois das 12h, a SES emitiu nota à imprensa, na qual afirmou “lamentar o ocorrido” e “se solidarizar com os pacientes internados no Hospital Carlos Macieira”.
A Secretaria informou que tomou todas as providências “para proteger as vidas e resguardar os internos”.
O Carlos Macieira é o único hospital de alta complexidade de São Luís.
Até a noite de ontem, as causas do incêndio não tinham sido descobertas. Uma equipe de peritos do Instituto de Criminalística do Maranhão (Icrim-MA) esteve, à tarde, no hospital fazendo os primeiros levantamentos; eles irão voltar hoje ao Carlos Macieira para uma nova vistoria, após o término do rescaldo feito pelo Corpo de Bombeiros.
O Corpo de Bombeiros também irá fazer um laudo, que deve ser divulgado no prazo de 15 a 20 dias. As imagens do circuito interno de TV serão analisadas, a fim de descobrir se o incêndio foi acidental ou criminoso. Ontem, os bombeiros fizeram o escoramento da laje do andar onde houve o incêndio, devido a suspeita de desabamento.