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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Secretaria vai acompanhar jovem com problemas mentais mantido acorrentado

 
Segundo o pai, a medida é para a segurança do próprio filho, que não possui tratamento adequado.
SÃO LUÍS – Sem condições para tratar o filho de 14 anos com problemas mentais, o lavrador João Amaral, de Santo Amaro do Maranhão – município localizado a 285 quilômetros de São Luís – recorreu a uma medida extrema: acorrentar o adolescente. O caso foi mostrado na edição dessa terça-feira (27) do JMTV 2ª Edição, da TV Mirante, pelos repórteres Regina Souza e Ubiratan Chagas. A família do lavrador está hospedada na cidade de São José de Ribamar, Região Metropolitana da capital maranhense.
O drama da família começou há três meses, em Santo Amaro, região dos Lençóis Maranhenses. Há um mês, por orientação do Conselho Tutelar, o lavrador foi à capital em busca de tratamento psiquiátrico para o filho. Nesse período, ele já esteve internado no Hospital Nina Rodrigues por duas vezes, mas, cada vez que sai, volta para a mesma situação. O Sistema Único de Saúde (SUS) não permite mais internação de casos psiquiátricos nos hospitais da rede pública, cabendo às famílias, mesmo sem condições, cuidar de seus pacientes.
Em nota, a direção do Hospital Nina Rodrigues informou que casos que requerem internação nas clínicas psiquiátricas conveniadas ao SUS devem ser encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus). O Conselho Tutelar de São José de Ribamar informou não ter sido contatado pelo Conselho de Santo Amaro, mas garantiu que o problema vai ser encaminhado para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município.
Nesta quarta-feira (28), o secretário de Saúde de São José de Ribamar, Rodrigo Ericeira Valente da Silva, comentou o caso. "O município de São José de Ribamar tem sido referência para alguns municípios, pela localização geográfica e pelo trabalho que está sendo desenvolvido no âmbito da saúde. (...) Então, situações como essa têm sido rotina no município de São José de Ribamar. (...) Nesse caso, não foi diferente, só que foi na questão da psiquiatria. O pai do adolescente está há três meses em São José de Ribamar. Não teve tempo hábil para que a equipe fizesse a localização desse paciente. Porém, próximo à localização, existe uma Unidade Básica de Saúde. Nessa Unidade Básica de Saúde, existem enfermeiros e médicos, não especialistas em psiquiatria, mas capacitados para fazer esse primeiro acolhimento", afirmou em entrevista ao Imirante - ouça na íntegra.
O secretário explica que, após o primeiro acolhimento, o paciente é encaminhado para outra unidade que faz o tratamento adequado. "Após o primeiro acolhimento, o paciente é encaminhado ao Caps de São José de Ribamar, onde faz todo o tratamento dos transtornos mentais e dos vícios de álcool e drogas, e aí o médico psiquiatra do Caps faz a análise, se a gente tem condição de tratar o paciente no próprio Caps ou não. Não havendo, a gente faz a referência desse paciente para o Hospital Nina Rodrigues ou para qualquer hospital que for necessário, porque o que preconiza o Sistema Único de Saúde é que a gente precisa atender o cidadão mesmo fora do seu território", esclarece.
Hoje pela manhã, o próprio secretário vai ao encontro da família para acompanhar o caso, fazer o primeiro acolhimento ao adolescente e dar encaminhamento ao Caps de São José de Ribamar ou fazer a referência para o Hospital Nina Rodrigues.

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