Segundo o pai, a medida é para a segurança do próprio filho, que não possui tratamento adequado.
SÃO LUÍS – Sem condições para tratar o filho de 14 anos com problemas
mentais, o lavrador João Amaral, de Santo Amaro do Maranhão – município
localizado a 285 quilômetros de São Luís – recorreu a uma medida
extrema: acorrentar o adolescente. O caso foi mostrado na edição dessa
terça-feira (27) do JMTV 2ª Edição, da TV Mirante, pelos
repórteres Regina Souza e Ubiratan Chagas. A família do lavrador está
hospedada na cidade de São José de Ribamar, Região Metropolitana da
capital maranhense.
O drama da família começou há
três meses, em Santo Amaro, região dos Lençóis Maranhenses. Há um mês,
por orientação do Conselho Tutelar, o lavrador foi à capital em busca de
tratamento psiquiátrico para o filho. Nesse período, ele já esteve
internado no Hospital Nina Rodrigues por duas vezes, mas, cada vez que
sai, volta para a mesma situação. O Sistema Único de Saúde (SUS) não
permite mais internação de casos psiquiátricos nos hospitais da rede
pública, cabendo às famílias, mesmo sem condições, cuidar de seus
pacientes.
Em nota, a direção do Hospital Nina
Rodrigues informou que casos que requerem internação nas clínicas
psiquiátricas conveniadas ao SUS devem ser encaminhados pela Secretaria
Municipal de Saúde (Semus). O Conselho Tutelar de São José de Ribamar
informou não ter sido contatado pelo Conselho de Santo Amaro, mas
garantiu que o problema vai ser encaminhado para o Centro de Atenção
Psicossocial (Caps) do município.
Nesta
quarta-feira (28), o secretário de Saúde de São José de Ribamar, Rodrigo
Ericeira Valente da Silva, comentou o caso. "O município de São José de
Ribamar tem sido referência para alguns municípios, pela localização
geográfica e pelo trabalho que está sendo desenvolvido no âmbito da
saúde. (...) Então, situações como essa têm sido rotina no município de
São José de Ribamar. (...) Nesse caso, não foi diferente, só que foi na
questão da psiquiatria. O pai do adolescente está há três meses em São
José de Ribamar. Não teve tempo hábil para que a equipe fizesse a
localização desse paciente. Porém, próximo à localização, existe uma
Unidade Básica de Saúde. Nessa Unidade Básica de Saúde, existem
enfermeiros e médicos, não especialistas em psiquiatria, mas capacitados
para fazer esse primeiro acolhimento", afirmou em entrevista ao Imirante - ouça na íntegra.
O
secretário explica que, após o primeiro acolhimento, o paciente é
encaminhado para outra unidade que faz o tratamento adequado. "Após o
primeiro acolhimento, o paciente é encaminhado ao Caps de São José de
Ribamar, onde faz todo o tratamento dos transtornos mentais e dos vícios
de álcool e drogas, e aí o médico psiquiatra do Caps faz a análise, se a
gente tem condição de tratar o paciente no próprio Caps ou não. Não
havendo, a gente faz a referência desse paciente para o Hospital Nina
Rodrigues ou para qualquer hospital que for necessário, porque o que
preconiza o Sistema Único de Saúde é que a gente precisa atender o
cidadão mesmo fora do seu território", esclarece.
Hoje
pela manhã, o próprio secretário vai ao encontro da família para
acompanhar o caso, fazer o primeiro acolhimento ao adolescente e dar
encaminhamento ao Caps de São José de Ribamar ou fazer a referência para
o Hospital Nina Rodrigues.
Nenhum comentário:
Postar um comentário