SÃO LUÍS – Na manhã, desta terça-feira (14), o comerciante Máximo Moura
Lima foi julgado e condenado pelo 2º Tribunal de Júri há 29 anos e nove
meses. Máximo, foi um dos acusado de ter executado o delegado Stênio
José Mendonça, no dia 25 de maio de 1997, na Avenida Litorânea, em São
Luís.
De acordo com as
investigações, Máximo teria sido a pessoa designada para o monitoramento
dos passos do delegado Stênio Mendonça e repassando as informações para
os organizadores do crime, além de ter sido a pessoa que forneceu um
dos veículos utilizados na ação criminosa, realizada no dia 25 de maio
de 1997, na Litorânea. Na época, ele também foi citado no depoimento de
Jorge Meris de Almeida, motorista de carreta que denunciou o crime, como
a pessoa que forneceu o automóvel.
Na
época, ele foi indiciado e teve prisão preventiva decretada. No
entanto, ao ser preso, ele negou envolvimento no crime, ressaltando que
poderia ser feita qualquer investigação em sua vida que nada seria
encontrado que desabonasse a sua conduta.
Por força de um habeas corpus,
Máximo Moura foi liberado e, desde essa época, estava desaparecido. Ele
deveria ter sido julgado no dia 6 de março de 2002, no entanto, não
compareceu ao Fórum Desembargador Sarney Costa, pois não teria sido
encontrado a tempo pelos oficiais de Justiça encarregados de sua
intimação. Um novo julgamento foi agendado, para o dia para o dia 30 de
agosto de 2012, o qual não aconteceu. Já em março deste, outra sessão
foi marcada, mas o advogado do réu alegou que não teve tempo suficiente
para averiguar o caso.
De
acordo com os relatórios das investigações, o crime foi cometido por uma
organização criminosa responsável pelo roubo de cargas no Maranhão, e
que estava sendo investigada pelo delegado.
Depois
de 16 anos do crime, Máximo foi condenado há 29 anos e nove meses. O
julgamento aconteceu, mesmo sem a presença do réu. O juiz responsável
pelo caso, Gilberto de Moura Lima, já decretou a prisão preventiva do
condenado que reside em Belém-PA. O mandado de prisão já foi
encaminhandoà delegacia da POLINTER e à Comarca de Belém (PA), cidade de
origem do réu. Máximo Moura responde a vários processos criminais na
Justiça Estadual do Pará.
De
acordo com informações da assessoria de Comunicação do Fórum
Desembargador Sarney Costa, a esposa da vítima, Marília Mendonça,
acompanhou o julgamento e foi ouvida em plenário, na condição de
informante.
Entenda o caso
A
morte de Stênio Mendonça aconteceu no calçadão na avenida Litorânea,
quando a vítima se preparava para uma caminhada. Entre os envolvidos no
caso, estavam o empresário Joaquim Felipe de Sousa, o Joaquim Laurixto,
que foi condenado e assassinado em 29 de outubro de 2008; José Humberto
Gomes de Oliveira, o Bel, (morto em uma chacina no interior do Estado); o
ex-deputado José Gerardo de Abreu, que foi condenado; o ex-agente de
polícia Jorge Silva Gabina; o delegado Luiz de Moura Silva, a também
policial civil Ilce Gabina de Moura, mulher de Moura; e o empresário
paulista William Sozza, que seria o chefe do Crime Organizado, também
condenado.
Ismael Costa e
Silva, o Roni, foi apontado como um dos matadores de Stênio e teria
agido em companhia do cabo PM Cruz (que também estava na chacina do
Bando Bel), e do pistoleiro José Rodrigues da Silva, o Zé Júlio (espécie
de filho adotivo de Joaquim Laurixto). O processo inclui, ainda, o
homem conhecido como Ismael. Máximo Moura é o último dos indiciados a
ser julgado, quando a maioria já deixou a prisão.